terça-feira, 22 de setembro de 2009

Goles de fobia

Me pego pensando...
Amanheço comendo as minhas fezes de ilusão
Que às vezes, me faz transitar entre os mortos
E em cada copo de álcool, me sinto livre, cidadão
De um cão mundo, chamado: Sociedade!

Sem respeito a minha idade e sanidade
E em cada gole fico feliz por não estar na realidade
Pulso os meus pensamentos em gotas de alegria
Que as bebo com volúpia e sede...

Sede de fugir das verdades que costumo conhecer, conviver
Ou que sou obrigado a engolir... Consumir...
Mente e voz transplantadas pela reprodução social
Televisão... Um eremita cercados de pessoas

Que à toa me transforma num ser louco sensato
Livre e preso pelos grilhões sociais, políticos, remunerados
Onde me roubam tudo!... Menos o direito de comer as minhas fezes de ilusão
Num dia de verão... Como um vampiro audiovisual querendo belezas

Mesmo que falsas... Belezas!

E permaneço sem a minha natureza... Não encontrada...
Não vivida... Não consumida...
Sem nada!
E amanheço comendo as minhas fezes de ilusão

André Gomes - 2009

2 comentários:

  1. Grande André.
    Gostei muito desta.
    Rotina cíclica da nossa maneira de viver ou sobreviver nessa sociedade, nesse mundo??
    Adorei!!!
    Parabéns andre

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  2. Cabrito diz:

    E todos seguimos comendo nossas fezes de ilusão, às vezes até as dos outros.

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