Me pego pensando...
Amanheço comendo as minhas fezes de ilusão
Que às vezes, me faz transitar entre os mortos
E em cada copo de álcool, me sinto livre, cidadão
De um cão mundo, chamado: Sociedade!
Sem respeito a minha idade e sanidade
E em cada gole fico feliz por não estar na realidade
Pulso os meus pensamentos em gotas de alegria
Que as bebo com volúpia e sede...
Sede de fugir das verdades que costumo conhecer, conviver
Ou que sou obrigado a engolir... Consumir...
Mente e voz transplantadas pela reprodução social
Televisão... Um eremita cercados de pessoas
Que à toa me transforma num ser louco sensato
Livre e preso pelos grilhões sociais, políticos, remunerados
Onde me roubam tudo!... Menos o direito de comer as minhas fezes de ilusão
Num dia de verão... Como um vampiro audiovisual querendo belezas
Mesmo que falsas... Belezas!
E permaneço sem a minha natureza... Não encontrada...
Não vivida... Não consumida...
Sem nada!
E amanheço comendo as minhas fezes de ilusão
André Gomes - 2009
Sarau da Editora TextoTerritório
Há um ano
Grande André.
ResponderExcluirGostei muito desta.
Rotina cíclica da nossa maneira de viver ou sobreviver nessa sociedade, nesse mundo??
Adorei!!!
Parabéns andre
Cabrito diz:
ResponderExcluirE todos seguimos comendo nossas fezes de ilusão, às vezes até as dos outros.